"eu retribuo a dádiva do amor,
ainda que eu não saiba como expressa-la."

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Poema Religioso - Mariana Souza (AnaMari Souza)



Quatro pontos tem a minha religião
faço deles a minha filosofia e faço deles a minha ação
viva, creia, ame e faça,
essa também é minha oração,
viva sua filosofia, ame a sua arte, 
creia na sua religião e faça a sua parte, 
mas não use sua religião pra tentar reprimir o outro,
somos sete bilhões de mentes no mundo e 
querer que todo mundo creia na mesma coisa 
é no mínimo papo de louco.

Eu respeito todos que tem fé, 
eu respeito todos que não há tem, 
eu respeito que crê em um Deus, 
eu respeito que não crê em ninguém.

eu gosto de que tem fé no verso,
eu gosto de quem tem fé em si mesmo,
eu gosto de quem tem fé no universo,
e eu gosto dos que andam a esmo.

um abraço pra quem é da ciência,
um abraço pra quem é de Deus, 
um abraço pra quem é da arte, 
e um abraço pra quem é ateu.

axé pra quem é de axé, amém pra quem é de amém, 
"blessed be" pra quem é de magia,
e amor pra quem é do bem.

intolerância religiosa é a própria contradição, 
religião vem do latim religare que significa união, 
então pare de dividir o mundo entre os que vão e os que não vão para o paraíso, 
o nosso mundo tá doente em tudo enquanto nos perdemos tempo brigando por isso, 
ao invés de dividir as religiões entre as que são do mal e as que são do bem, 
que tal botar sua ideologia no bolso e ajudar aquele moço 
que de frio morre na rua desamparado e sem ninguém, 
os grandes mestres já disseram que precisamos de união, 
então porque não fazer do respeito também uma religião.

(AnaMari Souza)


Dados compilados pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Rio de Janeiro (CCIR) mostram que mais de 70% de 1.014 casos de ofensas, abusos e atos violentos registrados no Estado entre 2012 e 2015 são contra praticantes de religiões de matrizes africanas.

Os dados do Disque 100, criado pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos, apontam 697 casos de intolerância religiosa entre 2011 e dezembro de 2015, a maioria registrada nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. No Estado do Rio, o Centro de Promoção da Liberdade Religiosa e Direitos Humanos (Ceplir), criado em 2012, registrou 1.014 casos entre julho de 2012 e agosto de 2015, sendo 71% contra adeptos de religiões de matrizes africanas, 7,7% contra evangélicos, 3,8% contra católicos, 3,8% contra judeus e sem religião e 3,8% de ataques contra a liberdade religiosa de forma geral.Dentre as pesquisas citadas, um estudo da PUC-Rio sugere que há subnotificação no tema. Foram ouvidas lideranças de 847 terreiros, que revelaram 430 relatos de intolerância, sendo que apenas 160 foram legalizados com notificação. Do total, somente 58 levaram a algum tipo de ação judicial.

O trabalho também aponta que 70% das agressões são verbais e incluem ofensas como "macumbeiro e filho do demônio", mas as manifestações também incluem pichações em muros, postagens na internet e redes sociais, além das mais graves que chegam a invasões de terreiros, furtos, quebra de símbolos sagrados, incêndios e agressões físicas.





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