"eu retribuo a dádiva do amor,
ainda que eu não saiba como expressa-la."

domingo, 22 de abril de 2018

Suicídio


Só existe um problema filosófico realmente sério: o suicídio. Julgar se a vida vale ou não vale a pena ser vivida é responder à pergunta fundamental da filosofia. O resto, se o mundo tem três dimensões, se o espírito tem nove ou doze categorias, vem depois. Trata-se de jogos; é preciso primeiro responder. E se é verdade, como quer Friedrich Wilhelm Nietzsche, que um filósofo, para ser estimado, deve pregar com o seu exemplo, percebe-se a importância dessa resposta, porque ela vai anteceder o gesto definitivo. São evidências sensíveis ao coração, mas é preciso ir mais fundo até torná-las claras para o espírito.

— Albert Camus, in O Mito de Sísifo. Editora Nova Ortografia, pág. 19.
Obra de Alex Colville.

Para a Educação - Friedrich Wilhelm Nietzsche


Pouco a pouco fui vendo mais claramente o defeito mais difundido de nossa maneira de ensinar e de educar. Ninguém aprende, ninguém aspira, ninguém ensina — “a suportar a solidão”.


— Friedrich Wilhelm Nietzsche, in Morgenröte/Aurora.
Obra de Zdzisław Beksiński.

A Solidão - Arthur Schopenhauer


"A solidão concede ao homem intelectualmente superior uma vantagem dupla: primeiro, a de estar só consigo mesmo; segundo, a de não estar com os outros. Esta última será altamente apreciada se pensarmos em quanta coerção, quantos estragos e até mesmo quanto perigo toda a convivência social traz consigo. «Todo o nosso mal provém de não podermos estar a sós», diz La Bruyère. A sociabilidade é uma das inclinações mais perigosas e perversas, pois põe-nos em contato com seres cuja maioria é moralmente ruim e intelectualmente obtusa ou invertida. O insociável é alguém que não precisa deles.

Desse modo, ter em si mesmo o bastante para não precisar da sociedade já é uma grande felicidade, porque quase todo o sofrimento provém justamente da sociedade, e a tranquilidade espiritual, que, depois da saúde, constitui o elemento mais essencial da nossa felicidade, é ameaçada por ela e, portanto, não pode subsistir sem uma dose significativa de solidão. Os filósofos cínicos renunciavam a toda a posse para usufruir a felicidade conferida pela tranquilidade intelectual. Quem renunciar à sociedade com a mesma intenção terá escolhido o mais sábio dos caminhos."


(Arthur Schopenhauer, in 'Aforismos para a Sabedoria de Vida')

Abolição Número Dois - Solano Trindade


Parem com estes batuques,
Bombos e caracaxás,
Parem com estes ritmos tristes e sensuais

Deixem que eu ouça
Que eu veja
Que eu sinta
O grito
A cor
E a forma
da minha libertação…


(Solano Trindade)

"Descobrimento"


O litoral brasileiro era repleto de tribos indígenas no começo do século XVI, época em que os portugueses chegaram ao Brasil. Como o objetivo principal dos colonos era a obtenção de lucro na nova terra conquistada, a opção pela escravidão indígena foi quase que imediata. 

Nunca houve de fato um "descobrimento", mas sim uma invasão por parte dos colonizadores, que em poucas décadas escravizou e apagou a cultura de milhares de indígenas que aqui já viviam. Estima-se que, na época do "descobrimento" do Brasil, haviam 1.300 línguas indígenas diferentes. Cerca de mil delas se perderam por diversos motivos, entre os quais a morte dos índios, em decorrência de epidemias, extermínio, escravização, falta de condições para sobrevivência e aculturação forçada.

Atualmente a Língua Portuguesa é falada por oito países do mundo em diferentes continentes, disseminada pela colonização portuguesa durante a Idade Moderna, como é o exemplo do Brasil, único país latino-americano que tem o Português como idioma oficial.