"eu retribuo a dádiva do amor,
ainda que eu não saiba como expressa-la."

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

A Chegada da Civilização


“Éramos filhos de deuses e tornamo-nos escravos.
Vestíamos com ouro, lindas pedras e rica plumagem
e nos tornaram um continente pobre e saqueado.

Éramos conhecimento e nos trouxeram ao seu deus
e junto com seu deus a ignorância e o desapego da mãe terra.
Foi assim que a civilização chegou.” 

Obra: O Encontro. Jaime Zapata, 1992.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Comunismo


Este símbolo não deveria assustar, mas unir. Ele significa a união da classe trabalhadora na busca de um caminho, de um ideal comum, de uma justa distribuição do resultado de seu trabalho. Esta é a essência do comunismo, inspiradora da ideologia comunista.

Jorge Yared.

domingo, 9 de fevereiro de 2020

Compreenda-me

"Compreenda-me.
Eu não sou um mundo comum.
Eu tenho minha loucura,
eu vivo em outra dimensão
e eu não tenho tempo
para coisas que não têm alma".


(Charles Bukowski)




Postagem Original: Manifesto Visionário

Capítulo 4, Versículo 3 - Racionais MC's

"60 por cento dos jovens de periferia sem antecedentes criminais á sofreram violência policial.
A cada quatro pessoas mortas pela policia, três são negras.
Nas universidades brasileiras apenas 2 por cento dos alunos são negros.
A cada quatro horas, um jovem negro morre violentamente em São Paulo.
Aqui quem fala é Primo Preto, mais um sobrevivente".



Há 20 anos o grupo de rap formado no Capão Redondo lançou o disco que abalou para sempre a história da música brasileira. Sobrevivendo no Inferno, produzido por uma gravadora independente, no ano de 1997, chegou a incrível marca de 1,5 milhões de vendas, resultado nunca antes alcançado na história do rap nacional.

O impacto do lançamento do disco nas periferias de todo o Brasil era evidente, jovens negros e pobres se sentiam representados pelas músicas da banda. O conteúdo das letras versava sobre a realidade da periferia e as dificuldades do jovem pobre para se adaptar ao cotidiano violento das comunidades , a maioria das músicas soavam como a voz dos esquecidos ecoando nos aparelhos de som de todo o país.

Suas letras e batidas representavam a agressividade típica da juventude. As composições, sempre em tom desafiador ao sistema, traziam à tona problemas como genocídio negro, racismo, violência policial, mundo do crime, uso de drogas, desigualdade social, formas de conduta nas periferias.

O Álbum se transformou, com o passar dos anos, em uma espécie de manual filosófico e sociológico para os jovens das periferias de todo o Brasil.

O grupo abriu o universo do cotidiano das favelas paulistas para todas as classes sociais e lugares do país, alicerçando de uma vez por todas o gênero RAP nas paradas de sucesso das rádios nacionais.

O impacto do lançamento do disco nas periferias foi notável. Muitas das gírias e frases contidas ao longo de "Sobrevivendo no Inferno" entraram e se popularizaram no linguajar o brasileiro. Inclusive do jovem negro da periferia, que ao ouvir as canções se empoderou de discursos importantes para questionar o sistema.

Fazem parte da obra canções clássicas como: Mágico de Oz, Racionais Capitulo 4 Versículo 3, Formula Mágica da Paz, Jorge da Capadócia e Diário de um Detento.

O LP figura a 14ª posição na lista dos 100 melhores discos da música brasileira da Revista Rolling Stone Brasil.

Albúm: Sobrevivendo no Inferno
Artista: Racionais MC's
Lançamento: 1997
Selo: Cosa Nostra


Postagem Original - Iconografia da História
Texto - Joel Paviotti




domingo, 2 de fevereiro de 2020

Carlos Marighella (Marighella)



Político, guerrilheiro e poeta, Carlos Marighella vivenciou a repressão de dois regimes autoritários: o Estado Novo (1937-1945), de Getúlio Vargas, e a ditadura militar iniciada em 1964. Foi um dos principais organizadores da resistência contra o regime militar e chegou a ser considerado o inimigo número um da ditadura. Teve ao todo quatro passagens pela prisão, onde sofreu espancamentos e torturas, sendo a primeira delas aos vinte anos de idade. Militou durante 33 anos no Partido Comunista e depois fundou o movimento armado Ação Libertadora Nacional (ALN).

(...)
Com o recrudescimento do regime militar, os órgãos de repressão concentraram esforços em sua captura. Na noite de 4 de novembro de 1969, Marighella foi surpreendido por uma emboscada de proporções cinematográficas na alameda Casa Branca, na capital paulista. Foi morto a tiros por agentes do Dops, em uma ação gigantesca coordenada pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury. A morte de Marighella marcou a história da resistência armada urbana à ditadura militar no Brasil. A ALN continuou em atividade até o ano de 1974.