"eu retribuo a dádiva do amor,
ainda que eu não saiba como expressa-la."

sábado, 15 de setembro de 2018

Caô Cabecilê


Caô Cabecilê: Kao em Yourubá (Aquele que esta acima de todos, o Rei) Kaab (Descer, Baixar) Ilê (Terra, Chão) "Que o Rei de todos desça a Terra!"

Em uma livre interpretação seria algo como um pedido, para que ao descer a terra, o rei traga consigo paz, e justiça divina para todos!

Caô Cabecilê é também saudação de Xangô, Orixá que representa a Justiça! "Sentado na pedra de Xangô, eu fiz meu juramento até o fim, olha seus filhos que pedem meu Pai Justiça e Paz nesse congá!" Kaô Cabecile Xangô!

Eu sou a menina que nasceu sem cor...



Eu tenho um problema: meu ascendente é em Ariés. E eu tenho outro problema: é que eu sou a menina que nasceu sem cor. Pra alguns eu sou "preta", para outras eu sou Preta, para muitos e muitos eu sou parda. Ainda que eu sempre tenha ouvido por aí que parda é cor de papel e a minha consciência racial quando me chamem de parda fique tão bamba quanto a auto-declaração de artista pop como Anitta quando pratica apropriação cultural. Eu sou a menina que nasceu sem cor porque eu nasci num país sem memoria, com amnésia, que apaga da historia todos os seus símbolos de resistência negra, que embranquece a sua população e trajetória a cada brecha, que faz da redenção de Can a sua obra prima, Monalisa da miscigenação. E ô ode ao milagre da miscigenação, calcado no estupro das minhas ancestrais, na posse de corpos que nasceram para serem livres, na violação de ventres que nunca deveriam ter deixado de serem nossos. E eu tenho outro problema... pô, eu não sei dar cambalhota e não importa que pra alguns eu seja a menina que nasceu sem cor, que falte melanina pra minha pele ser retinta, que os meus traços não sejam tão marcados. O colorismo é uma política de embranquecimento do Estado que por muito tempo fez com que eu odiasse os traços genéticos do meu pai herdados, me odiasse, me mutilasse, meu cabelo alisasse. Meninas pretas não brincam com bonecas pretas. Mas faço questão de botar no meu texto que pretas e pretos estão se armando, se amando. Porque me chamam por aí de parda, morena, moreninha, mestiça, mulata, café com leite, marrom bombom... Por muito tempo eu fui a menina que nasceu sem cor, mas um dia gritaram-me: NEGRA. E eu respondi.

-Midria


Facebook: Midria

Ainda há Tempo/Preciso me Encontrar - Cartola e Criolo (Edited)



Cê quer saber? Então, vou te falar
Por que as pessoas sadias adoecem?
Bem alimentadas, ou não
Por que perecem?
Tudo está guardado na mente
O que você quer nem sempre condiz com o que outro sente
Eu tô falando é de atenção que dá colo ao coração
E faz marmanjo chorar
Se faltar um simples sorriso, às vezes, um olhar
Que se vem da pessoa errada, não conta
Amizade é importante, mas o amor escancara a tampa
E o que te faz feliz também provoca dor
A cadência do surdo no coro que se forjou
E aliás, cá pra nós, até o mais desandado
Dá um tempo na função, quando percebe que é amado
E as pessoas se olham e não se falam
Se esbarram na rua e se maltratam
Usam a desculpa de que nem Cristo agradou
Falô! Cê vai querer mesmo se comparar com o Senhor?

As pessoas não são más, elas só estão perdidas. Ainda há tempo!

(...)

Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar
Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar

Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer
Quero viver

Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar
Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Depois que me encontrar

Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer
Quero viver

Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar

Deixe-me ir preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar
Deixe-me ir preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar


 Ainda há Tempo - Criolo
Preciso me Encontrar - Candeia / Cartola

Olhos Coloridos - Sandra de Sá



Os meus olhos coloridos
Me fazem refletir
Eu estou sempre na minha
E não posso mais fugir...

Meu cabelo enrolado
Todos querem imitar
Eles estão baratinado
Também querem enrolar...

Você ri da minha roupa
Você ri do meu cabelo
Você ri da minha pele
Você ri do meu sorriso...

A verdade é que você
(Todo brasileiro tem!)
Tem sangue crioulo
Tem cabelo duro
Sarará, sarará
Sarará, sarará
Sarará crioulo...
Sarará crioulo
Sarará crioulo...

Os meus olhos coloridos
Me fazem refletir
Que eu tô sempre na minha
Não! Não!
Não posso mais fugir
Não posso mais!
Não posso mais!
Não posso mais!
Não posso mais!

Meu cabelo enrolado
Todos querem imitar
Eles estão baratinados
Também querem enrolar...

Cê ri! Cê ri! Cê ri!
Cê ri! Cê ri!
Cê ri da minha roupa
Cê ri do meu cabelo
Cê ri da minha pele
Cê ri do meu sorriso...

Mas verdade é que você
(Todo brasileiro tem!)
Tem sangue crioulo
Tem cabelo duro
Sarará, sarará
Sarará, sarará
Sarará crioulo...

Sarará crioulo
Sarará crioulo..

Tenha Fé - Os Originais do Samba


Nunca tenha medo do seu inimigo
Quando não é você que começa a brigar
Também nunca ande de cabeça baixa e bem danado
Pois nem tudo que cai do céu é sagrado
Pois nem tudo que cai do céu é sagrado

Maré que enche e vaza, deixa a praia descoberta
Uma onda vai, outra onda vem
Não fique triste que seu amor pode vim também
Não fique triste que seu amor pode vim também

Aí então você vai me dizer se tenho razão, sim ou não
Pois é por experiência própria que eu perdoei o meu coração

Infeliz no jogo, feliz no amor
Saúde e felicidade, pra dar e vender
Se a reza é forte, você vai ver
Que amanhã um lindo dia vai nascer
Que amanhã um lindo dia vai nascer

Aí então você vai me dizer se tenho razão, sim ou não
Pois é por experiência própria que eu perdoei o meu coração

Infeliz no jogo, feliz no amor
Saúde e felicidade, pra dar e vender
Se a reza é forte, você vai ver

Que amanhã um lindo dia vai nascer
Que amanhã um lindo dia vai nascer



(Os Originais do Samba)

domingo, 9 de setembro de 2018

Amar é ter um pássaro pousado no dedo - Rubem Alves


"Amar é ter um pássaro pousado no dedo.
Quem tem um pássaro pousado no dedo sabe que,
a qualquer momento, ele pode voar. " 
— Rubem Alves