Os castrati italianos foram famosos cantores de ópera que conseguiam alcançar tons de voz normalmente femininos, como o soprano, o meio-soprano e o contralto.
E como esses homens conseguiam isso? Quando ainda eram meninos, os que tinham grande talento identificado eram castrados com o objetivo de evitar que a sua voz mudasse com a chegada da puberdade.
Na Itália do século XVI os castrati realmente ganharam destaque — tudo depois de o Papa Sisto V banir as mulheres de cantarem em público. A proibição da Igreja Católica se tornou um grande problema para o mundo da ópera, já que as vozes femininas eram indispensáveis durante a execução das grandes obras. Em seu lugar, os compositores passaram a empregar meninos. Entretanto, uma vez que eles atingiam a puberdade, suas vozes começavam a mudar e, portanto, seus “talentos” se perdiam. Foi então que as castrações tiveram início, para frear esse processo natural e capturar as delicadas vozes para sempre.
No ápice da fama dos castrati, cerca de 5 mil meninos eram castrados todos os anos. Infelizmente, nem todos se transformavam em celebridades adoradas pela sociedade europeia, e a maioria acabava sendo descartada como cantores medíocres — e condenada a ter papéis secundários nas óperas ou fazer parte de simples corais de igreja.
Alessandro Moreschi, o último castrato oficial se aposentou de suas atividades na Capela Sistina em 1913. Entretanto, muitos historiadores suspeitam que outro cantor, o italiano Domenico Mancini, que fez parte do coral papal até 1959, também era secretamente um eunuco.
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